Memórias






Quem sou eu? Às vezes me pego olhando fotografias espalhadas pela parede do meu quarto, todas eu revivo a cada lembrança. Talvez eu seja apenas isso, memórias. Memórias construídas conforme as pessoas vêm e vão na minha vida. Algumas entram, se aconchegam num canto arejado e aqui permanecem. Outras mal tangenciam, mal ousam descobrir o meu mundo, somente observam e saem pé por pé. Mas todas elas acabam, mesmo que sem querer, deixando alguma coisa comigo. Sejam os rastros, o perfume, o beijo ou as conversas. E isso é com certeza um pedaço de mim.

Em momentos oportunos, meus pensamentos me levam a crer que, de alguma forma, eu sou uma caixa cheia de fotos e papéis entulhados. E com isso vou me fazendo de sentimento bom que é a saudade que não volta ou a paixão que me enlouquece. Vou criando oportunidades e eternizando instantes, segundos, milésimos que me embevecem. Pelo menos é assim que tem que ser. Ninguém precisa guardar lembranças ruins, mas como é essencial ter a sabedoria de enxergar o lado bom de todas as coisas e de fazer bom proveito disso. 

Certa vez um sábio já disse que é preciso viver tudo. Ver tudo, ouvir tudo, observar tudo. Ninguém se descobre tão bem convivendo apenas em seu próprio casulo enfeitado. Então quanto mais vivência, mais memórias. E é disto que se trata, da riqueza do recordar, do contar histórias e do aprender. É disto que se fazem as fotografias, que eu me pego olhando-as espalhadas pela parede do quarto. Elas sempre trazem à tona uma nostalgia perigosa de querer voltar atrás, de querer viver de novo. Mas é o que sou, uma verdadeira memória ambulante, uma jovem colecionadora de momentos. 

- Mariana Sanches Moraes 


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