A liberdade - você é livre?



Viajando dentro da minha própria mente, há milhares de assuntos que passam. Os que me vêm com mais frequência à indagação são, de certo modo, comuns: felicidade plena, destino e liberdade. Hoje, no entanto, minha pronúncia será sobre esta. Num outro momento, escreverei sobre as outras duas primeiras. Até porque seria contradição os temas destino e liberdade na mesma crônica. E a liberdade me instiga, já que assim como a felicidade plena, ela não existe absolutamente.

Um dia desses, assisti a um filme – que lhe devo a honra do nome – chamado “Um sonho de liberdade”. A história envolve, explicitamente, esperança, injustiça, violência e ah, a liberdade, é claro. Em resumo, o banqueiro Andy Dufresne é condenado – injustamente – a prisão perpétua por assassinato de sua mulher e um amante. Logo quando chega ao presídio, conhece a violência sexual, física e mental. Ao longo de seus 20 anos preso, Andy cria um grande vínculo com Red, seu único e fiel amigo. Juntos, eles têm a esperança de sair daquele lugar obscuro, isolado e sujo, de encontro com a liberdade. Além de muitas áreas que o filme explora – filosofia, sociologia e direito -, ele nos faz pensar sobre o ponto de vista que cada um tem sobre o livre arbítrio. Isso ocorre quando Red consegue liberdade condicional e, já fora do presídio, pensa em se suicidar. Há um contra senso nesse ponto, que seria a prisão liberta – ele se sentia livre dentro da cadeia – e a liberdade vigiada – mesmo liberto, ele sente a dinâmica do mundo externo e não se acostuma a isso, já que ele não possuía identidade dentro do presídio. A história nos mostra as diferentes percepções de mundo das pessoas. Como já havia dito Mahatma Gandhi: “A prisão não são grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. È uma questão de consciência.”

Talvez você não esteja preso – aliás, se estivesse, não estaria lendo meu texto -, porém com certeza está procurando pelo livre arbítrio, nem que inconscientemente. E isso é completamente entendível, pois passamos a vida toda buscando respostas e a questão de ser livre está entre elas. Mas é que, apenas talvez, você já seja. Liberdade, como eu já havia dito, não é absoluta. Nem certa, nem plena, nem completa. Mas, muito em oposição do que uns pensam, não é que ela seja inalcançável – nem que ela seja. São as pessoas que se limitam devido à sociedade. Não importa se é por meio de regras, críticas, repressão… nós traçamos uma linha de demarcação quando o assunto é liberdade. E longe disso ser ruim, afinal, se conseguimos – geralmente – tomar nossas próprias decisões, somos livres. Você é livre – a não ser que acredite em destino.


- Mariana Sanches Moraes 

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