Eu quero sexo
O que te deixa excitada? Sei lá, no meio do dia mesmo, tomando café ao lado da impressora no escritório que você trabalha. Aquele seu chefe todo trabalhado no terno e aquela impressora, ai, aquela impressora… Você poderia no mesmo instante puxá-lo pela gravata, arrancar aquele terno impecável, a camisa social azul clara, tirar o cinto preto de couro, desabotoar a calça e… Numa fração de segundos sua mente te deixa louca o suficiente para fazer tudo o que a tua excitação pede - e implora. Isso é típico de dar tesão. Aliás, quase todas as situações cotidianas ou não dão vontade de descabelar o palhaço, afogar o ganso, bimbar, chupar, gemer, lamber, sussurrar, desejar, beijar, engolir, cuspir, gozar, sentir, suar, gritar, xingar, bater e apanhar. Sim, você leu certo e, honestamente, não vou medir muito as palavras para falar com todas as letras que sexo é uma d-e-l-í-c-i-a. Estou farta da continência das pessoas ao se referirem ao prazer e a falta de diálogo e malícia nas relações. Eu quero um sexo mais banalizado, mas também quero fazer amor. Porque, de qualquer forma, eu quero sexo. E você também.
Quando falamos em sexo - vou repetir essa palavra muitas vezes porque ela soa gostosa na sua mente - , a polêmica vem como uma bagagem extra. Isso porque ter relações sexuais ainda tem seu significado restrito e ligado ao amor. Pois, quantas pessoas você conhece que não falam sobre isso por medo do que os outros irão pensar? Ainda mais as mulheres, que temem pelo apelido de “vadia”. Mas, afinal, vadias aos olhos de quem e qual o motivo do apelido? Talvez o shorts curto demais ou o decote, o batom escuro, o andar com direito a rebolado, a simpatia e, porque não, a safada que você é na cama - na pia, no capô do carro, na escada. E, com certeza, os que te julgam por esses comportamentos não foram ensinados a perceber o poder de uma mulher, em razão de que isso não diz respeito à sua falta de decência nem da ausência de valores. Gentinha é essa que desconhece as desfrutações de ser livre para degustar o júbilo como bem entender. E de agir e se vestir como bem quiser.
Enquanto ao amor, não duvide de quem diz que sexo com quem você gosta é muito melhor. E é mesmo delirante. Gosto de pensar que, qualquer coisa que seja, o que fazemos com quem amamos é incomparável e dividir o seu prazer com o parceiro e vice-versa não foge à regra. Entretanto, acredito que fazer amor é apenas uma parte do que o sexo é num todo e, para cada um, ele tem a definição que lhe convém. O importante é que ele não seja levado tão a sério e tão às margens dos assuntos cotidianos. É preciso discutir, aprender, se permitir. É dessa banalização que eu estou falando. Porque, oras, algo banal é algo comum e sexo é natural, fomos feitos para fazê-lo e nos satisfazermos.
Por isso, continue alimentando sua mente pensando no chefe ou no cara que você viu hoje na rua. Somos feitos da imaginação e ela nos leva para um espaço só nosso, sem intervenções nem flagrantes. E, de vez em sempre, projete-a na sua realidade. O segredo é mesclar o romantismo com o erotismo. Eu, por exemplo, declaro o meu amor ao infinito desejo sexual e me entrego à efêmera sensação de gozar. Admito-me amante dos libidos mais insaciáveis e esposa da ternura num sexo de uma noite silenciosa. Afinal, é do sexo que eu estou falando. É das correntes, das carícias, das vendas, do gosto, dos chicotes e dos sentidos. Do sexo banalizado, adorado, carnal, extinto, brutal, amigo.
- Mariana Sanches Moraes
Adorei o texto mais uma vez Mariana ;)
ResponderExcluirVocê merece palmas u.u
Entendo e defendo algumas de suas palavras nesse texto e depende muito do que o sexo é para cada um. Desde que a pessoa não seja forçada a fazer alguma coisa, já é um avanço... Nada pior do que ser pressionado a fazer algo..
beijoos e seguindo aqui :)
Sublimar-me