Fazer doce ou ir direto ao ponto?
Eu sempre tive um pé atrás com aquela história de joguinhos de sedução e charmes não espontâneos. No começo da minha pré-adolescência, eu até poderia me denominar uma fazedora de doces nata, mas eu ainda nem sabia como beijar direito. Com o passar dos anos, após entrar no mundo das malícias, a conquista foi me apresentada de uma forma um tanto quanto ilógica: quanto mais você ignorar, mais ele(a) vai correr atrás.
Talvez, num momento e mentalidades que se coincidiam àquela época, isso podia funcionar. Bastou, porém, a maturidade para acabar de vez com essa forma de conquista que prometia trazer a pessoa amada até você. Com isso, percebi que quanto mais velho você fica, mais direto ao ponto você vai. Chega uma hora que não há mais motivos que te convencem a visualizar e não responder, enrolar a pessoa quando ela te chama pra sair, rosnar e não morder. Ou melhor, devo dizer que nem mesmo a idade se faz necessária para compreender o quão tudo isso é extremamente frívolo, mas a maturidade.
É com muita convicção que afirmo, contudo, que a disponibilidade excessiva não é excitante. Porque, por alguma razão, nos apetece o gostinho de mistério, dúvida, medo, desde que a dose seja pequena. Experimente se relacionar com pessoas mais maduras e interessantes e vai perceber que o seu conceito de ser difícil vai por água abaixo. Para elas, joguinhos de sedução só valem se você for até o fim e com muito gosto. Charmes têm de ser espontâneos e interpretados aos seus olhares como algo muito mais sexy do que uma lingerie - talvez uma jogada de cabelo não pretendida, um olhar que admite seus piores desejos que geram seus melhores prazeres.
Pessoas maduras o suficiente para valorizar essas coisas não estão preocupadas em quem respondeu por último. Elas são seguras de si e sabem que não têm tempo a perder. São conhecidas por fazerem o que querem e quando querem, doa a quem doer. Não temem o amanhã e sabem que a transa de hoje não afeta a mensagem de bom dia do dia seguinte. A verdade é que tudo depende da pessoa com quem você se relaciona e eu espero que ela não te faça de idiota. Se você gosta disso, tudo bem, cada um tem o que merece.
- Mariana Sanches Moraes
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