Homens cafajestes, mulheres vulgares e como nós adoramos eles
Você vai demorar para admitir, mas vai hesitar toda vez que eu lhe perguntar se te aguça o corpo quando ele te beija, se te arrepia os pelos quando ele te encosta a barba na nuca. Ou quando ele te provoca com meias palavras, meias verdades e indiretas, para depois ir direto ao ponto. Porque eu sei que você gosta, só pelo fato de ceder. E não há problema algum nisso: a atração, o amor e o desejo nascem com nossos instintos. Num relacionamento, é preciso seduzir, experimentar, ensinar e - não se engane - aprender. Por mais que você negue, às vezes o corpo e a mente fazem um manifesto em prol ao sexo selvagem. E ele não existe sem um cafajeste.
Eu entendo, contudo, que quando encontramos um cara safado - não um maníaco sexual, mas alguém que não nega sua afinidade com o sexo -, logo pensamos: "Deve ser galinha". Realmente, a maioria das vezes. E, honestamente, não acredito nessa história de que as pessoas mudam - ou elas melhoram, ou pioram. Mas o sentido de cafajeste, nesse meu contexto, é aquele em que o cara sabe o que você quer ouvir e o que quer que ele faça. Aquele em que ele vai te deixar lembrando da noite de sábado quando já é quinta. O cafajeste nada mais é do que a fórmula perfeita para te tirar o fôlego. E é claro que, para todo "canalha", há sua versão feminina: a "vadia".
Palavra forte. Vulgaridade: banal, trivial, indecente. Essa é a definição do dicionário e para muita gente. Mas eu prefiro acreditar que a mulher vulgar está na linha de frente às demais - e não pelo número de caras que ela transou. Isso porque, ainda com avanços de direitos sociais, culturais e de igualdade, as mulheres se prendem à ideia do que os outros vão pensar sobre elas se: vestirem tal roupa, usarem tal maquiagem, agirem de tal forma. A vulgaridade está além do que se pensa. Mulher vulgar é aquela que ri alto em público, é simpática com todos - dando a impressão de que está dando em cima de todos -,sente-se bem consigo mesma e, principalmente, não liga para a opinião alheia.
Gosto de pensar que é simplesmente a mulher livre. Como se preceitos e preconceitos não estivessem a observando com olhos alimentados pela ignorância - e, pasme, pela inveja. Você, homem, gosta da pegada dessas garotas. Gosta de quando elas te pedem o que querem, sem vergonhas. Sem vergonha. Gosta porque elas não tem frescuras e te fazem rir da própria risada delas. E você, mulher, inveja muito essas "cretinas". Afinal, quando é que você vai poder ousar se desprender de mentes tão julgadoras como as da sociedade? Espero que logo. Vai por mim, você só tem a ganhar.
- Mariana Sanches Moraes
Uau. Tratou de um assunto que muitos tem medo de falar, e fez isso muito bem.
ResponderExcluirAs pessoas não mudam, apenas desenvolvem o que estavam fadadas a ser. E seu texto me lembrou muito uma coisa: quando chamamos um cara de vagabundo, entende-se que ele é preguiçoso. Quando uma mulher é rotulada de vagabunda... Então ela é uma puta.
Adorei o texto, seu modo de escrita e o blog.
Seguindo <3
http://espasmoocular.blogspot.com/
http://listadasnuvens.blogspot.com.br/ (Também escrevo e, não costumo pedir nos comentários que me visitem, mas é que seu jeito de expressar o que pensa me lembra o meu, guria!)
Beijooos,
Elisa C. Vieira.
Que bom receber uma mensagem dessas! Gosto muito quando encontro pessoas que se identificam com a minha percepção de mundo e comportamentos... E sabe que eu também já pensei em como essa questão do adjetivo mudar de acordo com sexo é triste?! Claro que as mulheres sempre levam desvantagem D:
ExcluirObrigada e visitarei seu blog agora mesmo. Beijão!