Charlie Hebdo: a liberdade de expressão e o respeito
Recentemente o ataque ao semanário francês Charlie Hebdo causou ao mundo e à imprensa grande comoção e revolta. Não é por menos: 12 pessoas foram assassinadas quase sem chance de defesa por terroristas que invadiram a redação da revista. Dentre os mortos, policiais, empregados da redação e alguns dos chargistas mais influentes da França. Algo como se alguém chegasse aqui no Brasil e matasse de uma vez o Laerte, o Benett, o Ziraldo e outros caras fodas. A violência nunca deve ser um instrumento de justiça. É um meio arcaico de "acertar as contas", e só causa prejuízos a todos. Mas qualquer tipo de violência, seja ela na ponta do rifle, ou na ponta do lápis. Certamente um ataque terrorista a um meio de comunicação não é a maneira adequada de chamar atenção. O ataque é completamente condenável, desastroso e um crime sem precedentes. E ele demonstra explicitamente como a mídia tem poder sobre as pessoas, e como manifestações midiáticas tem o poder de ofender grupos ou indivíduos. Se o que era publicado no Charlie era justo ou não, xenofóbico ou não, não é questão aqui. Um ataque violento não pode mais acontecer. Os grupos ofendidos devem buscar outras estratégias de defesa, seja em direitos de resposta ou em manifestações midiáticas contrárias.
Mas existe um outro fator que pesa nesse caso e em outros recorrentes pela mídia mundial: O sentimento anti-islâmico em muitos países, e, notadamente, na França. O sentimento de aversão aos muçulmanos em parte dos franceses alimenta a violência contra esse grupo da sociedade no país, e pode ser o mote de algumas das publicações do Charlie e outros periódicos. Uma coisa tem de ser dita: os muçulmanos não devem ser demonizados ou crucificados. A religião islâmica é uma das maiores do mundo, e a violência armada é a exceção. Os próprios islâmicos franceses condenaram o ataque, classificando seus atores como maníacos e fanáticos. Embora o Estado Islâmico carregue no nome uma das suas principais motivações, o Islamismo, certamente não foi Alá que os mandou matar centenas de pessoas. São mais um grupo de guerrilha armada política do que uma facção religiosa. Após o ataque ao Charlie Hebdo, mesquitas por toda Paris foram depredadas, e os muçulmanos da região tem sofrido preconceito. Pessoas que não tinham absolutamente nada a ver com o acontecido no atentado. Por isso, vai aqui um apelo: Não odeie os muçulmanos. Eles são pessoas exatamente como você e eu. Pode haver uma mesquita perto de você, e ela é tão respeitável quanto sua reluzente catedral, ou seu templo neo-pentecostal abarrotado de fieis. Respeite a fé alheia, respeite o ser humano.
Outra questão que fica evidente em casos como esse é a liberdade de expressão. Milhões de pessoas saíram às ruas de Paris, e de outros lugares do mundo pedindo pela paz e pela liberdade de expressão. Mas espere, o que querem essas pessoas quando pedem liberdade de expressão? Querem que os meios de comunicação deem espaço igual a qualquer grupo que tenha intenção de se expressar, ou querem que a imprensa possa falar tudo o que quiser? Eu recomendaria a ´primeira opção. Dar a imprensa o direito de expressar o que quiser faz com que a mídia goze sem restrições do seu poder, e isso é perigoso. Não são raros no Brasil e em outros lugares do mundo onde a mídia não é regulamentada os casos em que a imprensa massacra grupos e/ou indivíduos com pouca defesa, passando por cima dos valores éticos da comunicação social, e isso é inaceitável.
Mas aí vai um recado ao grupo que chamaria carinhosamente a regulamentação da mídia de "Sonho vermelho dos esquerdopatas", regulamentar a mídia não é censurar, não é impedi-la de mostrar a verdade, mas sim, impedir que Globo, Folha, Veja e outros impérios da comunicação mandem e desmandem no Brasil segundo seus interesses comerciais. Até a regulamentação justa, como acontece no Reino Unido e na Argentina, por exemplo, haverão problemas, claro. Mas a lei precisa começar a ser mudada. Por uma justa liberdade de expressão, para todos, e sem ferir quem não merece.
Os Islâmicos, infelizmente, são muito zuados hoje em dia. Mas eles são como nós: eles têm sua própria religião e seus próprios problemas. E aí a pergunta: Por que ficar tirando onda da religião e crença de uma cultura? QUAL A GRAÇA NISSO?... Os cartunistas da Charlie Hebdo mereciam ser punidos de alguma maneira? SIM! Mortos? Não! ... Os islâmicos, infelizmente, também, são a Onça da história, e os cartunistas da Charlie Hebdo ficaram cutucando ela com uma vara curta... Agora a frase que devia ser moral de tudo isso: "TODOS TÊM DIREITO À LIBERDADE, SEJA ELA COMO FOR, DESDE QUE ELA NÃO IMPEÇA A LIBERDADE DE OUTRO" ... com isso digo que tanto os cartunistas, quanto os terroristas, estavam errado nessa história..... Espero seu comentário sobre o meu, obrigado,
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