O equilíbro que buscamos na pessoa que não encontramos



Se formos parar para pensar na vida, chegamos à conclusão de que ela é, no mínimo, hilária. Ela tem todo esse jogo de cintura que nos revira, mudando a gente de posição ou fazendo com que voltamos ao mesmo lugar, para um provável recomeço. E nesses balanços e gingados, sempre é bom ter alguém que possa nos acompanhar no mesmo ritmo durante o caminho.

Pessoas vêm, pessoas vão. Umas chegam pela porta de trás, de fininho, algumas entram pela janela de madrugada e outras chutam a porta da frente, sem pedir licença. De tantas, são poucas as que decidem ficar - ou por vontade própria, ou por ironia do "destino". E, dentre essas pessoas, sempre vai ter aquela que te engraça, outra que te conforta, mas, de alguma forma, nenhuma parece te satisfazer inteiramente. Ou é muito ou é muito pouco. Ou é rock ou é axé. Ou é salada ou é hambúrguer. Ou é quente de queimar ou é frio de congelar. Ou é fazer sexo ou é fazer amor. Ou é branco ou é preto. A verdade é que a gente sai com tanta gente diferente, que o equilíbrio entre você e o outro parece não existir. Tá faltando mesclar as cores, unificar duas vontades, fazer sexo com amor. Talvez, seja por isso que o amor é algo tão instigante, curioso, desconhecido. Talvez, nem todos os amores autodeclarados sejam verdadeiros e nós tentamos descobrir o que é amar sem nunca ter amado de fato.

Acredito que escolher alguém para namorar é escolher a melhor parte de você que nem você mesmo conheça. É descobrir que espaguete é bom, mas experimentar ostras pode ser melhor ainda. É pular de paraquedas de mãos dadas e, durante a queda, ter a certeza de que não está caindo. É trocar um dia de balada por um dia de cinema e se orgulhar disso. É se sentir a vontade em qualquer situação, até mesmo para arrotar na frente dele(a). É acampar na floresta, mesmo que com medo de animais selvagens. É se jogar nas lágrimas e risos, e sabendo que vale a pena e que não faria nada diferente da segunda vez. Enfim, amar é saber olhar para frente quando se caminha sobre uma corda bamba e não para baixo temendo cair. O equilíbrio é o que nos falta e a dinâmica de sermos quem somos, por mais estranho que seja. Deixemos a voz de um poeta se sobressair e nos dizer o que já sabemos: livre mesmo é aquele que não tem medo do ridículo. E mesmo com as reviravoltas que a vida dá, nos desnorteando muitas vezes, é possível se equilibrar. Mas quando se tem alguém para segurar a mão, é necessário.


- Mariana Sanches Moraes

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