Admita: você é muito individualista
Pensando bem em tudo que eu vejo, sinto e percebo, chego à conclusão quase inevitável: somos todos individualistas. Não importa se você divide seu lanche no intervalo da escola, se abre mão do que você quer para fazer o que uma pessoa que você ama quer, se ajuda quem precisa, etc. O fato é que, partindo de um pressuposto inconsciente, você "faz o bem sem olhar a quem" porque ou você se coloca no lugar da pessoa, ou você sente afeição por ela.
Acontece que, olha só, se você se imagina na situação de uma pessoa e por isso faz algo por ela, isso por si só já é egoísta. Pois, ora, se você tem de se dar o desgaste de pensar se você fosse aquela pessoa, significa que você faz quase que pensando mais em si do que nela. O certo mesmo seria fazer o bem pensando no próximo, sendo ele quem for, sem colocar o "eu" em questão.
Mas e quando amamos alguém? Acredito que quem ama tem sede e fome por reciprocidade, logo, ela quer ser amada e quer amar porque o outro faz bem a si mesma. Quando gostamos de alguém, costumamos gostar do efeito que o outro NOS causa. Então, mais uma vez, somos individualistas. Preferimos chorar por alguém que faleceu pela saudade e sofrimento que ela nos causará do que de fato por ela não ter mais a chance de respirar. Ou preferimos - pior ainda - que um ente querido permaneça vegetando ou em coma do que deixar ele partir, porque isso seria o melhor para ele.
O que eu proponho é que pensemos nos outros por simplesmente serem os outros, sem termos que decorrer ao nosso velho amigo ego. Sem termos que, por mais difícil que seja, encontrar razões para ajudar alguém. Porque, às vezes, não há tempo para se pensar, apenas para agir no ímpeto, sem porquês. Seja altruísta porque sim e ponto. A única coisa que temos de trabalhar dentro de nós é a capacidade de ser mais humano(a).
- Mariana Sanches Moraes
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