Química à primeira vista
Eu sempre contestei aquela velha ideia de "amor à primeira vista". Desde pequena. Sempre me perguntei como é que pode alguém perceber que, por alguma razão, encontrou um amor pelo simples ato de ver a pessoa - e pela primeira vez. Pra mim, tá errado dos dois jeitos: o amor se constrói com o tempo e não a partir de uma aparência, muito menos se for vista pela primeira vez. Mas eu não contesto aquela velha ideia de que a primeira impressão é tudo. Tem gente que desperta alguma coisa em algum lugar em nós, sem explicação. Nesse caso, o que se constrói à primeira vista tem outro nome.
É uma sensação de parece-que-já-te-vi-antes que arrepia os pelos sem vento gelado e molha sem chuva torrencial. Aniquila qualquer chance de evitar, porque vicia o papo e vulgariza o sexo. Invade o corpo e dissemina prazer, porque flui o toque e provoca o orgasmo. É um sentimento que manipula os sentidos e goza de uma imaginação perversa. Isto sim é incontestável: a maneira como algumas pessoas nos deixam vulneráveis. A maneira como nos arrancam uma gargalhada, roubam um beijo, devolvem um olhar. Tudo encaixa. Tudo tem uma sintonia inquestionável.
Isso tem nome e se chama química.Talvez, esta seja uma mera semelhança entre química e amor: todo mundo sente, mas ninguém sabe explicar. E nem precisa. Pra quê? Sentir já explica muita coisa. Vai ver a química, assim como o amor para Bukowski, é tudo aquilo que dissemos que não era. E aí nós entendemos que quanto mais a gente sente, menos a gente sabe.
- Mariana Sanches Moraes
"Mais a gente sente, menos a gente sabe".
ResponderExcluirMari, acho que me apaixonei à primeira vista. Por seu blog. Pelas coisas que você escreve. Pela sua delicadeza disfarçada com palavras fortes nesse texto.
Eu amei. Demais.
Nunca pare de postar, sim? Por favor.
Beijos,
Bi.
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