Sobre o que os outros pensam






De acordo com uma pesquisa que eu não lembro, há razões muito fortes para você não se importar com o que as pessoas pensam sobre você: Elas não se importam com você. Essa pesquisa revelava que se, por exemplo, você passasse na rua vestindo uma calça legue neon e salto de onça, as pessoas olhariam, formulariam uma opinião sobre isso e, poucos segundos depois, esqueceriam o que viram. Então, eu não entendo o porquê de nos preocuparmos tanto com essa banalidade. Me parece que olhamos muito mais para fora do que para dentro de nós mesmos. Não respeitamos o que sentimos, reprimimos nossos desejos e sacrificamos nossos objetivos por algo tão frívolo.

Seja lá quem você for, tenho certeza que ainda não é quem você deveria ser. Tenho certeza que suas belezas e valores de fora e de dentro são diferentes quando comparadas. Que você engole verdades e vomita mentiras, que finge e foge da nudez do teu corpo e da tua cara limpa. Ser quem você é não é simples. Tem que ter muita coragem para mostrar a si e aos outros todas as faces que se tem. É por isso que quase ninguém o faz. Que nos perdemos entre status e aparência, que nos afundamos em dinheiro e falsidade, que nos afogamos em máscaras que nós mesmos vestimos. E por mais que acreditemos que devemos ser fiéis à construção dessa ponte entre o que somos e o que os outros veem em nós, essa relação não deve existir. A única coisa que devemos aos outros é respeito e empatia. O resto é pó: dá rinite.

Chega a ser hilário quando pensamos na quantidade de situações diárias que nos prendem à inquietude do "mas o que eles vão pensar?". Mas a verdade é que "os outros" não dão a mínima. Nem quando você está triste, nem feliz, nem de calça legue neon e salto de onça. O que eles fazem é nada mais do que difamar. E, se eu bem te conheço, sei que você é bem resolvido e pessoas bem resolvidas não precisam prestar atenção no jardim alheio. Nós também temos que aprender a ser mais autossuficientes. São poucas as pessoas que valem a nossa preocupação de cada dia. 


- Mariana Sanches Moraes

Comentários

  1. Muito lúcido seu texto Mariana!

    A partir do momento em que fazemos parte de uma sociedade, somos impelidos a ser de determinada maneira que a agrade, a nos comportar de acordo com regras e fórmulas que nos levarão à verdadeira "felicidade", ou seja, status, dinheiro,poder, aparências... isso que importa aos olhos alheios. Somos induzidos a seguir modelos de vida socialmente aprovados e quem foge deste mecanismo de manipulação, sofre pressões para se adequar.

    Por isso, concordo com você. O primeiro passo para não ser um autômato é parar de se importar com o que não importa, ou seja, com a opinião de pessoas alienadas.

    Beijos

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