Sobre o que 2015 me trouxe

Lembro de ter pulado mais de sete ondas e de ter feito menos de cinco pedidos. Lembro de ter dito àquele mar e àquele céu escuro que 2015 seria o meu ano. Não porque coisas boas iriam chover na minha vida, mas porque eu as traria até mim. E desde o começo do ano, as palavras têm me trazido satisfação imensa. As oportunidades surgiram e eu não poderia agarrá-las sem que o blog existisse.

Então, escrevo este texto com certa ansiedade nos dedos. O ano ainda não acabou, mas algumas delícias que com ele vieram acabaram. Um amor, uma peça, um momento, uma amizade. Não perdas, mas fins. E com eles, os recomeços. É difícil escrever sobre algo que está além da minha capacidade de agora entender. São todas as vivências lembranças, passaram do concreto para o abstrato. Jamais vou me esquecer de cada pessoa que conheci esse ano, porque, com elas, me conheci. Me descobri. Me explorei. Jamais vou esquecer as ruas por que andei, porque, por elas, escolhi um caminho. Escolhi um lado. Escolhi uma estrada de paralelepípedo. Entendi que não vou conseguir escapar do que me foi dado como coisa inata. Essa coisa de ser o que se é, porque só se pode ser o que se, de fato, é. Sem mais farsas.

E, como todo clichê que se bem colocado se faz de completa verdade, a saudade, depois de tudo que já se foi, é o que permanece. Permanece vagando pela casa que é nosso corpo, pelos cantos dos cômodos, dos órgãos. Às vezes, é uma angústia no peito, outras, uma memória nostálgica que faz do olho riacho sem fim. Mas sempre colecionando e colecionando momentos. E eu sempre escrevendo e escrevendo textos. Para mim, para você. Esse ano tive a mais do que certeza de que no universo literário quero me fazer habitante, quero me perder nas fronteiras das páginas e capítulos de histórias e estórias, quero me reinventar entre trechos e frases, quero manifestar desejos, embelezar as dores, expor opiniões, desnudar sentimentos. Quero continuar, e quero que você continue também. 

- Mariana Sanches Moraes