Noites de liberdade


Hana Hakey

Por dia, centenas de pessoas passam por mim. De algumas não sei nem nome, outras conheço bem o mundo interno. Mas, no fim do dia, nada disso importa. Eu sempre acabo voltando para a casa sozinha. E sempre, entendi com as caladas das noites inquietas, é preciso me bastar. Talvez não era para ninguém estar do lado frio da minha cama, talvez o relógio atrase a clareza da manhã para esclarecer as ideias de propósito, talvez eu devesse deitar sobre a cama e admirar um teto colorido de imaginação insone. A dor é minha, a alegria, a saudade, a vontade. Embora não seja fácil de aceitar, algumas coisas são feitas para não serem compartilhadas. Servem para serem carregadas em nossos colos cansados, em nossas mentes incertas e confusas. Servem para nos fazer enlouquecer em silêncio, quebrar pratos e chutar portas em pensamento. E a alma se faz das noites solitárias também, que nos permite, por sua vez, sentir um pouco de liberdade. 

- Mariana Sanches Moraes

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